Belezas de Paulo Afonso

Belezas de Paulo Afonso

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A Justiça Brasileira!!!

Isso foi exibido em todos os telejornais noturnos na quinta feira.
Paulo, 28 anos, casado com Sônia, grávida de 04 meses, desempregado há dois meses, sem ter o que comer em casa foi ao rio Piratuaba-SP a 5km de sua casa pescar para ter uma 'misturinha' com o arroz e feijão, pegou 900gr de lambari, e sem saber que era proibido a pesca, foi detido por dois dias, levou umas porradas. Um amigo pagou a fiança de R$ 280,00 para liberá-lo e terá que pagar ainda uma multa ao IBAMA de R$ 724,00. A sua mulher Sônia grávida de 04 meses, sem saber o que aconteceu com o marido que supostamente sumiu, ficou nervosa e passou mal, foi para o hospital e teve aborto espontâneo. Ao sair da detenção, Ailton recebe a noticia de que sua esposa estava no hospital e perdeu seu filho, pelos míseros peixes que ficaram apodrecendo no lixo da delegacia.

Quem poderá devolver o filho de Sônia e Paulo?

Henri Philippe Reichstul, de origem estrangeira, Presidente da PETROBRAS.
Responsável pelo derramamento de 1 milhão e 300 mil litros de óleo na Baía da Guanabara. Matando milhares de peixes e pássaros marinhos. Responsável, também, pelo derramamento de cerca de 4 milhões de litros de óleo no Rio Iguaçu, destruindo a flora e fauna e comprometendo o abastecimento de água em várias cidades da região. Crime contra a natureza, inafiançável.

Este camarada encontra-se em liberdade e pode ser visto jantando nos melhores restaurantes
do Rio e de Brasília.


domingo, 8 de janeiro de 2012

A dura realidade do mundo virtual




        Entrei apressada e com muita fome no restaurante.   
          Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, pois queria  aproveitar os poucos minutos de que dispunha naquele dia atribulado para  comer e consertar alguns bugs de programação de um sistema que estava  desenvolvendo, além de planejar minha viagem de férias, que há tempos não  sei o que são.

        Pedi um filé de salmão com alcaparras na manteiga,uma  salada e um suco de laranja, pois afinal de contas fome é fome, mas regime  é regime, né? Abri meu notebook e levei um susto com aquela voz baixinha  atrás de mim:

        -Tia, dá um trocado?
         - Não tenho, menino.
         - Só uma moedinha para comprar um pão.  
        - Está bem, compro um para você.  
        Para variar, minha caixa de  entrada estava lotada de e-mails. Fico distraído vendo poesias, as  formatações lindas, dando risadas com as piadas malucas. Ah! Essa música  me leva a Londres e a boas lembranças de tempos idos.

        - Tia, pede para colocar margarina e queijo também?  
        Percebo que o menino tinha  ficado ali.
        - OK, mas depois me  deixe trabalhar, pois estou muito ocupado, tá?
         Chega a minha refeição e junto com ela o meu  constrangimento. Faço o pedido do menino, e o garçom me pergunta se quero  que mande o garoto ir. Meus resquícios de consciência me impedem de dizer.  Digo que está tudo bem.

        - Deixe-o ficar. Traga o pão e mais uma refeição  decente para ele.

        Então o menino se sentou à minha frente e perguntou:  

        - Tia, o que está fazendo?
         - Estou lendo uns e-mails.
         - O que são e-mails?
         - São mensagens eletrônicas mandadas por pessoas via  Internet.
        Sabia que ele não iria  entender nada, mas a título de livrar-me de maiores questionários disse:  

        - É como se fosse uma carta, só que via Internet.  
        - Tia, você tem Internet?  
        - Tenho sim, é essencial no  mundo de hoje.
        - O que é  Internet, tia?
        - É um local no  computador onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas,  conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar, aprender. Tem tudo no  mundo virtual.
        - E o que é  virtual, tia?
        Resolvo dar uma  explicação simplificada, novamente na certeza que ele pouco vai entender e  vai me liberar para comer minha refeição, sem culpas.

        - Virtual é um local que imaginamos, algo que não  podemos pegar, tocar. É lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos  de fazer. Criamos nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como  queríamos que fosse.
        - Legal  isso. Gostei!
        - Mocinho, você  entendeu o que é virtual?
        - Sim,  tia, eu também vivo neste mundo virtual.
         - Você tem computador?
         - Não, mas meu mundo também é desse jeito... Virtual.  Minha mãe fica todo dia fora, só chega muito tarde, quase não a vejo. Eu  fico cuidando do meu irmão pequeno que vive chorando de fome, e eu dou  água para ele pensar que é sopa. Minha irmã mais velha sai todo dia, diz  que vai vender o corpo, mas eu não entendo, pois ela sempre volta com o  corpo. Meu pai está na cadeia há muito tempo. Mas sempre imagino nossa  família toda junta em casa, muita comida muitos brinquedos de Natal, e eu  indo ao colégio para virar médico um dia. Isto não é virtual, tia?  
        Fechei meu notebook, não antes  que as lágrimas caíssem sobre o teclado.

        Esperei que o menino terminasse de literalmente  'devorar' o prato dele, paguei a conta e dei o troco para o garoto, que me  retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que eu já recebi na  vida, e com um 'Brigado tia, você é legal!'. Ali, naquele instante, tive a  maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias,  enquanto a realidade cruel rodeia de verdade, e fazemos de conta que não  percebemos!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Conviver hoje em dia

As relações humanas são tão difíceis! Parece que estamos sempre tentando complicar tudo, até mesmo coisas tão simples. Será que essa modernidade acompanhada da internet e a tentativa de está atualizado vêm distanciando cada vez mais as pessoas? Realmente não sei... Há muitos casos de namoro e até casamento na internet, às vezes as pessoas se veem uma única vez, e, pimba! O amor está no ar! Dizem: “Quem está dentro quer sair e quem estar fora quer entrar”, isso significa o quê? Casar é ruim? É bom? Acho que depende de muita coisa... Em primeiro lugar tem que haver amor, aí depois vem o respeito, a confiança, o companheirismo, e etc. E tal. Nunca ninguém disse que conviver era fácil, se fosse como seria a vida? Todo mundo bonzinho, concordando com tudo e com todos. Parece-me certinha demais, igualzinha demais... Como crescer se tudo está bom? São as críticas que nos fazem crescer e as diferenças que nos completa. Querer sempre o igual não nos acrescenta em nada. Eu particularmente gosto de pessoas que somem, acrescentem, socializem e saiba respeitar a individualidade do outro, independentemente do tipo de relacionamento, seja ele amizade, namoro, casamento, trabalho, enfim... qualquer relação humana. Enquanto não experimentarmos ou tentarmos, jamais alguém saberá como será; não adianta acreditar 100% na opinião alheia, cada um tem a sua, por isso que essa coisa se chama OPINIÃO. Viver é uma arte... Por essa simples razão somos os autores e atores da nossa história, que preferencialmente seja com alguém ou com um monte delas.
Viver, conviver, aturar, crescer, amar, sofrer, respeitar, construir, confiar, acrescentar, socializar... Tantos verbos, enfim, isso é VIVER.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Quem disse que a escravidão a cabou?



Oh, Nego!
Quem disse que a escravidão acabou,
Tava enganado, sim senhor!

Continuamos nas senzalas,
Agora mais conhecidas como favelas.
Em barracos, nas encostas à espera,
De um milagre, agradecido à luz de velas.

Nossas pretinhas continuam mucamas
Nas cozinhas das madames sinhás,
e nossos filhos sem futuro nenhum,
se vão na companhia de marginais.

Oh, Nego!
Quem disse que a escravidão acabou,
tava enganado, sim senhor.

E os tais direitos no papel garantidos?
Onde está a tão falada eqüidade?
Continuam sonhos quase que perdidos:
Emprego, escola, saúde e liberdade.

Gememos todos os dias,
Nos açoites da injustiça e da exclusão.
Sem nome, sem respeito, vamos sobrevivendo,
Nesse país de intensa corrupção.

Oh, Nego!
Quem disse que a escravidão acabou
Tava enganado, sim senhor!

Oh, pátria madrasta!
Por que despreza a mão que te construiu
Onde está a tua ordem e teu progresso?
Que ninguém ainda viu.

Oh, pátria, madrasta!
Até quando continuaremos assim?
Hipócritas, insensatos e mentirosos?
Quando essa escravidão vai ter fim?